Funções:
Uma das funções dos lisossomos é a digestão intracelular. Com a digestão intracelular as partículas capturadas pelas células são quebradas em pequenas moléculas que atravessam a membrana do vacúolo digestivo, passando pelo citosol. Estas moléculas fornecem energia à célula e serão utilizadas na fabricação de novas substâncias. Os materiais não digeridos no processo digestivo permanecem dentro do vacúolo, que passa a ser chamado vacúolo residual.
Outra função do lisossomo é a autofagia (do grego auto, próprio e phagin, comer).É o processo pelo qual as células digerem partes de si mesmas, com o auxílio de seus lisossomos. A autofagia permite destruir organelas celulares desgastadas e reaproveitar alguns de seus componentes.
Alem das funções acima temos a crinofagia, que faz com que os grânulos das células secretoras, que em determinado momento deixaram de receber o estímulo para a secreção, sejam digeridos pela via lisossomal. Assim a célula volta para o estado basal até o próximo estímulo que induza a um novo acúmulo de secreção.
Doenças Lisossomais:
As doenças relacionadas com lisossomos apresentam efeitos cumulativos e resultam em degeneração dos tecidos, podendo levar a óbito.
Há doenças de caráter genético, mas há também doenças adquiridas.
Adiquiridas:
- Pneumoconiose (Silicose, doença dos mineiros, asbestose): corre pela inalação de poeira inorgânica - óxido de silício (silicose), carvão mineral(pulmão negro), cimento amianto ou asbesto (asbestose). Esta poeira se deposita nos alvéolos pulmonares furando células e rompendo os lisossomos que derramam suas enzimas que destroem as células, ação conhecida como apoptose e como conseqüência os alvéolos. A silicose causa dificuldade respiratória e baixa oxigenação do sangue, provocando tontura, fraqueza e náuseas, incapacitando o trabalhador.
Video: Amianto no organismo.
- Gota: é uma doença caracterizada pela elevação de ácido úrico no sangue, o que leva a um depósito de cristais de mono urato de sódio nas articulações. É este depósito que gera os surtos de artrite aguda secundária que tanto incomodam seus portadores.A concentração normal de ácido úrico no sangue é até 7,0 mg/100ml. Dependendo do país estudado, pode chegar a 18% a população com ácido úrico acima de 7mg%. Entretanto, somente 20% dos hiperuricêmicos terão gota. Ou seja, ter ácido úrico alto não é igual a gota. É uma doença de homens adultos. As mulheres passarão a ter crise de gota após a menopausa. Pode haver diagnóstico de gota em homem e mulher jovem, mas certamente são situações raras.
Genéticas:
- Doença de Tay-Sachs: é uma doença produzida pela alteração lisossomal: Ausência da enzima lisossomal hexosaminidase A, que catalisa a hidrólise de glicolipídeos do tipo gangliosídeos. Estes glicolipídeos se acumulam nos neurônios causando grave deterioração neurológica.
Crianças com Tay-Sachs aparentam desenvolver-se normalmente nos primeiros meses de vida. Depois, com a distensão de células nervosas com material adiposo, há uma severa deterioração das habilidades mentais e físicas. A criança torna-se cega, surda e incapaz de engolir. Os músculos começam a atrofiar e ocorre a paralisia. Outros sintomas neurológicos incluem demência, convulsões e crescentes "reflexos de susto" a barulhos. A doença torna-se fatal normalmente na faixa de 3 a 5 anos.
Uma forma da doença muito mais rara ocorre em pacientes entre 20 e 30 anos e é caracterizada por andar inconstante e deterioração neurológica progressiva.
- Doença de Pompe: é uma doença de depósito lisossômico (DDL) causada pela atividade insuficiente da alfa-glicosidase-ácida. Esta enzima lisossômica é responsável pela degradação do glicogênio. A deficiência enzimática resulta no acúmulo do glicogênio nos lisossomos dentro dos vários tipos de células e tecidos. Eventualmente, isto leva a disfunções ou danos celulares, particularmente nos tecidos musculares cardíaco, respiratório e esquelético. A apresentação clínica da doença de Pompe é altamente variável; na faixa mais grave do espectro da doença, a morte ocorre dentro do primeiro ano de vida devido à insuficiência cardiorrespiratória em 80% dos bebês (que tipicamente apresentam envolvimento do músculo cardíaco, e também do esquelético). Nos pacientes com início tardio, a fraqueza muscular esquelética e respiratória é progressiva e implacável, levando à dependência de cadeira de rodas e/ou de respirador e, em última instância, à morte entre o início da infância e o meio da vida adulta.
Cardiomegalia severa.
- Doença de Fabry: se estabelece porque o corpo é incapaz de produzir uma enzima denominada alfa-galactosidase (alfa-galactosidase ou alfa-GAL) em quantidade ou estrutura adequada para realizar a sua função.A enzima alfa-GAL é uma das inúmeras enzimas normalmente presentes no lisossomo, que é uma estrutura que existe nas nossas células e parece funcionar como uma usina de reciclagem. A tarefa da enzima é quebrar certas substâncias para que possam ser reutilizadas pela célula ou eliminadas do corpo. Sem a enzima alfa-GAL em quantidade suficiente para realizar a tarefa adequadamente, aquelas substâncias (basicamente a GL-3) se acumulam nos lisossomos, principalmente nas células encontradas nas paredes dos vasos sangüíneos. A doença de Fabry recebe o nome de doença de depósito lisossômico por causa desse acúmulo progressivo de substâncias nos lisossomos.O depósito contínuo de GL-3 faz com que o caminho dos vasos sangüíneos fique estreitado com o passar do tempo. Isso significa que os rins, o coração e o cérebro não recebem alimento necessário para funcionar adequadamente. O resultado disso é que as pessoas com doença de Fabry podem apresentar prejuízos muito sérios, como problemas cardíacos, problemas renais, problemas do Sistema Cerebrovascular e do Sistema Nervoso Central.
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